terça-feira, 1 de junho de 2010

ANTECEDENTES QUE CULMINARAM COM A FORMAÇÃO DA COMUNIDADE (texto)

Os primeiros moradores, dos quais que se tem registro, vieram para a localidade, hoje denominada de Espigão de Cima por volta de 1930. Joaquim Nunes Cordeiro, Ambrósio Dias de Morais, Rosalino Avelino, José da Rocha, o “Zé da Rocha”, um senhor conhecido por “Chico Mumbuca”, Marcionílio Pereira, Manoel Pereira, José Teixeira, o “Zé de Rosa”, João Elias, o “João da Lagoa”, em cujo terreno morava “Necão de Rita”, Cesário (não possuía apelido e não foi possível obter o sobrenome), “Zé Vaqueiro” e “Jacinto Catirá”, foram os primeiros a chegar com suas respectivas famílias. Dentre estes, Joaquim Nunes teria sido o primeiro e Ambrósio Dias o segundo a se instalar na localidade. Alguns anos mais tarde, Manoel Nunes Cordeiro e Francisco Nunes Cordeiro, o “Chico Nunes”, filhos de Joaquim Nunes, adquiriram glebas de terras na mesma fazenda. Posteriormente, por volta de 1947, Emídio Lopes da Silva chegaria à comunidade por influência do seu primo Ambrósio Dias. Depois de algum tempo, Joaquim Leal, Jaime Leite, o “Velho de Niquim”, José Dias de Figueiredo, o “Zé de Ambrósio”, filho de Ambrósio Dias, também adquiriram terrenos na localidade. Com exceção de “Velho de Niquim”, que vendeu seu terreno e se mudou, os herdeiros (filhos e netos) desses primeiros moradores dariam origem à comunidade, seja por constituírem famílias na localidade, seja por venderem suas propriedades, no todo ou em parte, possibilitando a vinda de novos moradores. As terras que pertenceram a estes foram sendo divididas entre os herdeiros na medida em que os proprietários iam morrendo. Muitos herdeiros as vendiam no todo ou em parte e, assim, foi-se formando uma área com vários pequenos sítios.

Após a morte da esposa de Joaquim Nunes, no início da década de 60, a família vendeu as terras do casal, o patriarca foi morar com seu filho Manoel Nunes e viria a morrer no início da década seguinte. Antes, porém, com a morte da primeira esposa de Manoel Nunes, filho de Joaquim Nunes, no início da década de 1950, a metade das terras do casal foi dividia entre os 5 filhos. No início da década de 1960 “Zé de Ambrósio”, viúvo da filha mais velha de Manoel Nunes, comprou os direitos de herança dos outros quatro herdeiros. Por essa época Emídio Lopes, que já possuía uma propriedade na mesma fazenda, abaixo das terras que foram de “Chico Mumbuca” e de Cesário, próximo ao limite com a comunidade de Barrocão, adquiriu as terras dos herdeiros de “Chico Nunes” (falecido na década de 1950) que se limitavam com as terras dos herdeiros de Ambrósio Dias (falecido no final da década de 1940). Manoel Nunes se casou pela segunda vez e teve mais 10 filhos: morreu em meados da década de 1970.

As terras de Rosalino Avelino foram adquiridas, por compra, por um senhor conhecido apenas por “Dr. Aurindo” e, depois, por “Velho de Niquim” e um morador conhecido de todos como “Senhor Neném”; as terras de “Chico Mumbuca”, “Jacinto Catirá” e Cesário foram adquiridas por Joaquim Leal. As terras de Joaquim Nunes foram adquiridas por Manoel Pereira Ramos, “Manoel Pão”, morador da Fazenda Pacuí (falecido na década de 1970); as de Manoel Nunes, uma parte foi adquirida por “Zé de Ambrósio”, que se somou a outras glebas que possuía, e a outra parte por pessoa conhecida como “Senhor Liu” e para outros proprietários sucessivos. “Manoel Pão” morava na Fazenda Pacuí, mas, possuía dois genros que moravam na Fazenda Espigão (um filho de Emídio e outro filho de Ambrósio) que, após sua morte, herdaram as terras que foram adquiridas de Joaquim Nunes.

As terras de Ambrósio se mantiveram em uso comum dos seus herdeiros, sob a coordenação da viúva Gertrudes Alves Figueiredo, com exceção de “Zé de Ambrósio” que vendeu seus direitos de herança e mantinha sua propriedade independente. A segunda esposa de “Zé de Ambrósio” morreu no início da década de 1990 e suas terras foram divididas entre ele e 10 herdeiros. No final daquela década, ele, já vivendo o seu terceiro casamento, vendeu duas pequenas glebas do seu terreno e uma dessas glebas foi redividida entre os herdeiros do comprador. “Zé de Ambrósio” morreu no ano de 2002 e suas terras foram divididas entre 11 herdeiros, um filho do primeiro casamento e 10 do segundo. Desses onze herdeiros só três ficaram com suas partes, os demais venderam seus direitos para pessoas fora da família. A terceira esposa (que não era casada civilmente) vendeu a um dos herdeiros do companheiro o direito à casa do casal e a uma faixa de terreno que lhe fora doada pelo companheiro em vida. As terras que antes pertenceram a “Zé de Ambrósio” atualmente (2010) pertencem a 15 famílias.

O ponto culminante da formação da comunidade tal qual se encontra hoje, entretanto, foi a perfuração de dois poços tubulares na localidade e a divisão em chácaras dos terrenos que pertenceram a Emídio Lopes da Silva e a Gertrudes Figueiredo, na primeira metade da década de 2000. O primeiro faleceu no final da década de 1970 e a segunda faleceu no início da década de 1990. Os herdeiros dessas duas famílias dividiram a parte de suas terras que se situava na área de chapada (ponto mais alto dos terrenos) em várias chácaras com dimensões que variam entre 1.000 e 5.000 m². Houve, então, um afluxo de novos moradores bem como de pequenos proprietários que residem na área urbana do município e que se deslocam para suas propriedades nos finais de semana. Para a venda das chácaras o fator decisivo que era o abastecimento de água, e esse abastecimento viria a ser o principal responsável por alguns conflitos surgidos entre os vendedores de chácaras e por toda a configuração social, econômica e cultural que a comunidade adquiriu, como será tratado mais adiante.

Um comentário:

  1. Olá, tenho um bisavô de nome Manoel Nunes Cordeiro, sou de São João da Ponte, gostaria de saber um pouco mais sobre essa história e se ele é o mesmo que você cita aqui...

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